05 junho 2011

Arte Maneirista

A Arte no Maneirisno

Maneirismo deriva da palavra italiana “maniera” (estilo, maneira), movimento de transição entre o Renascimento e o Barroco, manifestação artística que se inicia a partir de 1520 e é marcada por uma série de mudanças na Europa, envolvendo movimentos religiosos reformistas, e a consolidação do absolutismo em diversos países.


Após um longo período desacreditado ele aparece como um “estilo” próprio de observar e descrever a natureza, em contraste com o Renascimento rejeita a cópia fiel, os artistas acreditam que a obra tinha um nascimento espontâneo de criação, com uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes; nascia uma visão individualista e subjetiva.


Na Pintura o maneirismo rompe com o espaço coerente, uniforme baseado na perspectiva clássica, com a ausência de uma hierarquia lógica nas proporções relativas das figuras entre si, onde muitas vezes a cena principal é posta à distância e elementos secundários são privilegiados no primeiro plano.

O estilo se manifesta em figuras com proporções alongadas e em posições dinâmicas, contorcidas ou com redução de uma figura segundo as regras de perspectiva; em grupos cheios de movimento e tensão, muitas vezes de paralelo impossível com a realidade, e daí seu caráter ser considerado artificialista, em oposição à seriedade tão prezada no alto Renascimento.



Laocoon (c.1610-14), de El Greco (Domenikos Theotokopoulos)


Parmigianino Madonna of the Long Neck

 Principais características :

· Composição em que uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera de tensão permanente.
· Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem agora contorsões absolutamente impróprias para os seres humanos.
· Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um drapeado minucioso e cores brilhantes.
· A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis.
· Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva,  mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade, encontrá-lo.

A Escultura apresenta elementos contorcidos, exagero nas formas, alongamento dos músculos, uma linha entre o belo e a matéria imperfeita, às formas clássicas soma-se ao novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade.



O Rapto das Sabinas escultor Giambologna

Principais características:

· A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorsões extremadas e exagerado alongamento dos músculos.
· O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.

Na Arquitetura os maneiristas apropriam-se das formas clássicas, mas começam a desconstruir seus ideais. O domínio da perspectiva permite novas experiências.



Igreja na Ilha de San Giorgio Maggiore Palladio, Veneza



A Basílica (Andrea di Pietro) Palladio, Vicenza, Itália - (XVI)


Principais características:

  Nas igrejas:
· Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rara singularidade.
· Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo. Caracóis, conchas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.

Nos ricos palácios e casas de campo:
· Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento.
· A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.

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